domingo, 7 de outubro de 2012


Tecnologia social dá vida a “Cores da Terra”

Comunidades rurais de 23 municípios do Espírito Santo estão desenvolvendo uma técnica simples e sustentável, capaz de dar múltiplos usos às várias tonalidades da terra. O projeto é chamado de ‘Cores da Terra’, por ser baseado em uma tecnologia social que tem na terra a matéria-prima principal, misturada com ingredientes como água, cola e pigmentos de plantas, resultando em tintas de cores e tons variados. O material não é tóxico, apresenta boa qualidade e o custo é 30% inferior ao da tinta convencional.
Cores da Terra
A técnica é executada dentro dos princípios da bioarquitetura e agroecologia. Inicialmente desenvolvida no Departamento de Solos da Universidade Federal de Viçosa - UFV, foi introduzida no Estado em 2007 pelos extensionistas do Incaper e Prefeituras Municipais a partir de cursos de formação de jovens estudantes (20%), agricultores familiares (30,1%), professores (5,8%) e outro público (44,0%), incluindo aí pintores. A destacar também que 70% dos participantes foram mulheres, que passaram a ser multiplicadoras da técnica em suas comunidades de origem. Em menos de dois anos, foram mais de 1.200 peças decoradas com a nova tinta, entre obras e peças de artesanato, além de quatro mil capixabas surpresos ao descobrirem novas habilidades e fontes de renda. O sucesso já extravasou os limites estaduais, com treinamento efetuados pelos técnicos do Incaper em outras unidades da federação, destacando-se os estados de Santa catarina, Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.
Este processo, de baixo custo e impacto ambiental mínimo, compreende produtos, técnicas e metodologias que visam a transformação social, favorecendo a organização das comunidades por meio do exercício da cooperação entre as pessoas, desenvolvendo a criatividade e ocasionando a melhoria da autoestima dos envolvidos. Além disso, a iniciativa contribuiu com o agroturismo, ao embelezar a paisagem rural, pois favoreceu a melhoria da aparência das habitações rurais, das instalações comunitárias e dos empreendimentos turísticos. Não fosse isso o bastante, o projeto pode proporcionar uma alternativa de renda a partir do acabamento de peças decorativas e utilitárias a serem comercializadas, como vasos de cerâmica, esculturas de barro, telas e telhas decorativas.
O projeto ‘Cores da Terra’, mais do que motivo de orgulho do Incaper por ser o grande vencedor de 2009 do prêmio Finep de inovação, na categoria “Tecnologia Social”, é visto hoje pelos extensionistas como um importante processo tecnológico de apoio ao desenvolvimento sustentável das comunidades rurais.
Galpão de Produtos

Fonte: http://incaper.web407.uni5.net/revista.php?idcap=969

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